segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Bagunça Futebol Clube - Cimples Ocio

O texto é longo, mas tendo um tempinho leia para voces visualizarem o absurdo que foi o futebol brasileiro em termos de organização. É do blog "De primeira" bom para fazer um passeio de vez em quando:

Todos os Campeões Brasileiros
por Equipe De Primeira 09h45
O São Paulo é o novo (de novo) campeão brasileiro. È o primeiro penta? Não sei. Mas quero saber. Por isso resolvi fazer um levantamento no site da RSSSF (organização que reúne em dados a história do futebol. Significa Record Sport Soccer Statistics Foundation) sobre quais seriam todos os campeões brasileiros, ano a ano.
Teoricamente, o primeiro campeão brasileiro é o Atlético-MG, em 1971. A CBF conta assim, desde a criação do primeiro campeonato nacional. Tecnicamente, o Brasileirão passou a contar com acesso e descenso no final dos anos 80, após a Copa União. Mas a queda do Grêmio em 91, o bi-rebaixamento do Fluminense entre 96/97 (tri na Série B ) e o Caso Gama, que gerou a Copa João Havelange em 2000 bagunçaram o coreto de novo.
Assim, outro Atlético, o Paranaense, venceu em 2001 o primeiro campeonato pós-viradas. Maaaas... em 2003 tudo mudou de novo e novamente um mineiro inaugurou uma nova era. O Cruzeiro venceu o primeiro campeonato por pontos corridos e, desde então, a coisa parece que anda.
Só que não dá para não lembrar que o Bahia venceu em 1959 a primeira Taça Brasil; não dá para negar que a Copa União de 87 também foi um campeonato nacional; não dá para não dizer que a Copa JH de 2000 substituiu o Brasileirão. E mexer com títulos é dose. Afinal, que torcedor aceita que diminuam as conquistas do seu time?
Bem, aos fatos.
O primeiro embrião de um campeonato nacional surgiu em 1920, com a Copa dos Campeões Estaduais. De fato, foi um regional, já que reuniu tão somente os campeões de SP, RJ e RS. Deu Paulistano, que bateu Fluminense e Brasil de Pelotas. Esse mesmo torneio se repetiu em 1937, com os campeões dos estados do Sudeste. O Atlético-MG superou Fluminense, Portuguesa e Rio Branco-ES e ficou com a taça.
A coisa pegou, especialmente no Sudeste, que em 1933 criou o Torneio RJ-SP, mais regular entre 1950-63 e 1997-2002. Os campeões estão
aqui.
No Sul, o Campeonato Sul-Brasileiro foi criado para indicar os representantes da região na Taça Brasil. Funcionava mais ou menos como a FIFA considera as Eliminatórias: já é Copa do Mundo. E provando que a bizarrice geográfica da Copa Sul-Minas é antiga, os mineiros e goianos – e eventualmente cariocas e capixabas – jogavam o Sul-Brasileiro, grupo leste. O primeiro aconteceu em 1959 e foi vencido pelo Grêmio, que derrotou o Atlético-MG. Durou até 1968.
No Nordeste, aconteceu o mesmo. O Bahia faturou o primeiro regional, em 1959, ao bater o Ceará. Esse torneio durou até 1970. O Norte também teve sua disputa local nesta época. Curiosamente o primeiro campeão é um nordestino: o Sport Recife.
Pois bem. Da Copa dos Campeões Estaduais em 1920 até os regionais de 1959, tudo era local. Assim, podemos considerar que em 1959, com a Taça Brasil, temos o primeiro campeonato efetivamente nacional. E daqui, avançamos, ano a ano (tá com paciência pra ler, chefe?)
1959 Taça Brasil – Torneio em fases eliminatórias que reunia os campeões regionais do Brasil.

Campeão: Bahia
1960 Taça Brasil – Palmeiras
1961 Taça Brasil – Santos
1962 Taça Brasil – Santos
1963 Taça Brasil – Santos
1964 Taça Brasil – Santos
1965 Taça Brasil – Santos
1966 Taça Brasil – Cruzeiro
1967 Taça Brasil – Palmeiras
Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Reunia, em fases classificatórias, times de diversas regiões do BrasilCampeão - Palmeiras
1968 Taça Brasil – Botafogo-RJ

Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Santos
Torneio dos Campeões da CBD – Edição única. Reuniu os campeões da Copa Centro-Sul, Norte-Nordeste e do Roberto Gomes Pedrosa Campeão – Grêmio Maringá
1969 Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Palmeiras
1970 Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Fluminense
1971 Campeonato Nacional de Clubes – considerado o primeiro Brasileirão pela CBF. Foi a oficialização da idéia do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Passaria a variar entre diversas (e bizarras) fórmulas até 2003, quando chegou aos pontos corridos.

Chamou-se Campeonato Nacional, Taça de Ouro e Copa União até chegar a ser chamado tão somente de Campeonato Brasileiro. Campeão – Atlético-MG
Campeonato Nacional de Clubes da Primeira Divisão – Na verdade, a segunda divisão. Campeão – Villa Nova – MG
Torneio do Povo – Torneio amistoso que reuniu times convidados nos principais estados do Brasil. Durou até 1973.

Campeão - Corinthians
1972 Campeonato Nacional de Clubes – PalmeirasSegunda Divisão – Sampaio Correia(Como não havia acesso à primeira divisão, a segunda divisão ficou suspensa até 1980)

Torneio do Povo – Flamengo
1973 Campeonato Brasileiro – Palmeiras

Torneio do Povo – Coritiba
1974 Campeonato Brasileiro – Vasco
1975 I Copa Brasil (o mesmo Campeonato Brasileiro) – Inter-RS
1976 II Copa Brasil – Inter-RS
1977 III Copa Brasil – São Paulo
1978 IV Copa Brasil – Guarani
1979 V Copa Brasil – Inter-RS
1980 VI Copa Brasil – Flamengo

Taça de Prata (a segunda divisão) – Londrina
1981 Taça de Ouro (Campeonato Brasileiro) – Grêmio

Taça de Prata – Guarani
Taça de Bronze – A terceira divisão. Disputada pela primeira vez, voltaria apenas em 1988.

Campeão – Olaria-RJ
1982 Taça de Ouro – Flamengo

Taça de Prata – Campo Grande-RJ
Torneio dos Campeões – Edição única. Reuniu 19 times com base em títulos e vices anteriores, à exceção do América-RJ, convidado, e do Santa Cruz, que substituiu o Flamengo, que desistiu da disputa. Campeão – América-RJ
1983 Taça de Ouro – Flamengo

Taça de Prata – Juventus-SP
1984 Taça de Ouro – Fluminense

Taça de Prata – Uberlândia-MG
1985 Taça de Ouro – Coritiba

Taça de Prata – Tuna Luso-PA
1986 Taça de Ouro – São Paulo
Não houve segunda divisão
1987 Campeonato Brasileiro – Sport Recife
Copa União – Campeonato organizado por 13 dos 20 maiores clubes do País – com 3 convidados - que romperam com a CBF. Houve, durante a disputa, a tentativa de uma composição, que cruzaria em uma disputa os campeões e vices do Brasileiro e da Copa União (Sport Recife, Guarani, Flamengo e Inter-RS). Os participantes da Copa União se recusaram a enfrentar os campeões da CBF, que decidiram o título entre si. Houve ainda um terceiro grupo, denominado Módulo Branco, reunindo times menores, que pode ser considerado a segunda divisão da época. Entre 1988 e 89, a CBF chegou à um acordo com os clubes e o Brasileiro passou a se chamar Copa União.

Campeão – Flamengo
Módulo Branco – Americano-RJ
1988 Copa União – Bahia

Segunda Divisão – Inter-SP
Terceira Divisão – União São João-SP
1989 Copa União – Vasco

Segunda Divisão – Bragantino
Não houve terceira divisão
Copa do Brasil – Disputada pela primeira vez. Reunia todos os campeões estaduais e os vice-campeões dos principais Estados. Indica um time para a Copa Libertadores. Atualmente, tem contado com a participação de 64 clubes, convidados pelo ranking da CBF e campeões e vices de alguns Estados. Não permite a participação de quem disputa a Libertadores no ano corrente.

Campeão – Grêmio
1990 Campeonato Brasileiro – Corinthians

Segunda Divisão – Sport Recife
Terceira Divisão – Atlético-GO
Copa do Brasil - Flamengo
1991 Campeonato Brasileiro – São Paulo

Segunda Divisão – Paysandu
Copa do Brasil - Criciúma
Não houve terceira divisão
1992 Campeonato Brasileiro – Flamengo

Segunda Divisão – Paraná Clube
Terceira Divisão – Tuna Luso-PA
Copa do Brasil – Inter-RS
1993 Campeonato Brasileiro – Palmeiras
Qualificatório para a segunda divisão/94 – Uma espécie de terceira divisão, uma vez que com a queda do Grêmio em 1991, e o fracasso na tentativa de acesso em 92, a CBF misturou a primeira com a segunda divisão. Na primeira divisão, havia um grupo que tinha privilégio sobre o outro. Determinadas equipes, como o próprio Grêmio, que estava na segunda divisão, ficaram em uma chave que não tinha descenso; outras, como o Paraná Clube (campeão da segunda divisão no ano anterior) e o Atlético-PR, que estavam na primeira divisão, jogaram um grupo que garantia somente oito clubes na Série A em 94. Sobrou para o Atlético, que ficou relegado com os eliminados na primeira divisão (grupos C e D) e os qualificados nesse torneio. Não apontou um campeão e sim 15 equipes classificadas, mais o Mogi-Mirim, vencedor do Torneio Ricardo Teixeira, espécie de Torneio RJ-SP da segunda divisão.
Copa do Brasil - Cruzeiro
1994 Primeira Divisão – Palmeiras

Segunda Divisão - Juventude
Terceira Divisão – Novorizontino-SP
Copa do Brasil - Grêmio
1995 Primeira Divisão – Botafogo-RJ

Segunda Divisão – Atlético-PR
Terceira Divisão – XV de Piracicaba-SP
Copa do Brasil – Corinthians
1996 Primeira Divisão – Grêmio

Segunda Divisão – União São João-SP
Terceira Divisão – Vila Nova-GO
Copa do Brasil - Cruzeiro
1997 Primeira Divisão – Vasco

Segunda Divisão – América-MG
Terceira Divisão – Sampaio Correia-MA
Copa do Brasil - Grêmio
1998 Primeira Divisão – Corinthians

Segunda Divisão – Gama-DF
Terceira Divisão – Avaí-SC
Copa do Brasil - Palmeiras
1999 Primeira Divisão – Corinthians
Torneio Seletivo para a Libertadores 2000 – Edição única. Criado pela CBF para apontar o quarto representante brasileiro na Libertadores do ano seguinte, com base na garantia de uma vaga a mais cedida ao país pela Conmebol. Reuniu as equipes eliminadas das segunda, terceira e quarta (semi-finais) fases do Campeonato Brasileiro de 99. O sistema de disputa era como o da Copa do Brasil. As equipes eliminadas no Brasileirão caiam nesse repescagem, que só não contou com Corinthians e Atlético-MG (campeão e vice da primeira divisão). Campeão – Atlético-PR
Segunda Divisão – Goiás

Terceira Divisão – Fluminense
Copa do Brasil - Juventude
2000 Copa João Havelange – Substituiu o Brasileirão no ano 2000. Rebaixado para a segunda divisão em 1999 por um método maluco de descenso, o Gama-DF entrou na justiça contra a CBF. O rebaixamento era definido pela média de pontos dos últimos três anos. Tendo disputado somente uma edição, o Gama requereu a vaga por vias judiciais, o que é proibido pela FIFA. Com o clube de Brasília vencendo o processo, a CBF ficou ameaçada de, em cumprindo a determinação da justiça brasileira, ver a Seleção Brasileira fora da Copa de 2002. Mas se não acatasse a decisão, os diretores da entidade poderiam ser até presos. Assim, a CBF lavou as mãos e passou o pepino para o Clube dos 13, que organizou a competição sem o Gama. Mas o Gama ganhou o direito de jogar qualquer competição nacional considerada de primeira divisão, e acabou incluído. Bom também para Fluminense e Bahia, que estavam na Série B, e acabaram convidados a jogar na elite. Ruim para o Paraná Clube, que teve de jogar numa série inferior à dos grandes clubes. Mas o regulamento previa a classificação de 12 clubes do Módulo Principal (Azul), 3 do Módulo Amarelo (uma segunda divisão disfarçada) e 1 dos Módulos Verde e Branco (a terceira divisão camuflada). Assim ficaram os campeões:
Copa JH – Vasco

Módulo Amarelo – Paraná Clube
Módulos Verde e Branco – Malutrom-PR (atual J. Malucelli)
Copa do Brasil – Cruzeiro
Copa dos Campeões – Reunia os campeões (e alguns vices) dos seguintes torneios regionais: Copa Sul / Sul-Minas, Torneio RJ-SP, Copa Centro Oeste, Copa Norte e Campeonato do Nordeste. Apontava um representante brasileiro na Copa Libertadores do ano seguinte. Campeão – Palmeiras
2001 Série A – Atlético-PR

Série B – PaysanduSérie
C – Etti Jundiaí-SP (atual Paulista)
Copa do Brasil – Grêmio
Copa dos Campeões - Flamengo
2002 Série A – Santos

Série B – Criciúma
Série C – Brasiliense-DF
Copa do Brasil – Corinthians
Copa dos Campeões – Paysandu
2003 Campeonato Brasileiro – Cruzeiro

Série B – Palmeiras
Série C – Ituano-SP
Copa do Brasil - Cruzeiro
2004 Campeonato Brasileiro – Santos

Série B – Brasiliense-DF
Série C – União Barbarense-SP
Copa do Brasil – Santo André-SP
2005 Campeonato Brasileiro – Corinthians

Série B – Grêmio
Série C – Remo
Copa do Brasil – Paulista-SP
2006 Campeonato Brasileiro – São Paulo

Série B – Atlético-MG
Série C – Criciúma
Copa do Brasil – Flamengo
2007 Campeonato Brasileiro – São Paulo

Série B – Não definido
Série C – Não definido
Copa do Brasil – Fluminense
Ufa! Agora faça suas contas e diga quem tem mais títulos nacionais. E dá-lhe polêmica!
por Napoleão de Almeida.
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fonte: http://www.interney.net/blogs/deprimeira

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